Diarréia em Gatos: Causas, Sintomas e Tratamento

A diarréia em gatos é um sinal clínico caracterizado pelo aumento da frequência, volume e/ou liquidez das fezes. A diarréia é parte dos sinais clínicos frequentemente observados no gato. Mas como devemos reagir? Quando devemos nos preocupar? Quando é necessário consultar um veterinário? A diarréia pode ter etiologias diversas e variadas. Será importante distinguir uma diarréia de surgimento agudo de uma diarréia crônica e identificar o contexto de ocorrência para facilitar o tratamento terapêutico.

A diarréia pode ter etiologias diversas e variadas em gatos. Entre as diarréias agudas, encontramos as seguintes origens.

As causas infecciosas podem ser bacterianas, virais e parasitárias.

Entre as causas virais, destacamos principalmente a parvovirose, mais conhecida como tifo. Ela atinge principalmente filhotes de menos de um ano não vacinados e é responsável por uma mortalidade relativamente alta, de cerca de 50%.

No que diz respeito às causas parasitárias, elas são frequentes e afetam principalmente animais jovens, com um estilo de vida que favorece infestações parasitárias (animais não vermifugados regularmente, vivendo em comunidade, alimentação caseira...). As giárdias, tricomoníasee as coccídias são as mais frequentemente encontradas.

Finalmente, as etiologias bacterianas são raras em carnívoros domésticos incluindo gatos. Encontramos principalmente as salmonelas, E. Coli ou ainda Campylobacter jejuni. Essas são bactérias que podem ser encontradas em particular em carne mal conservada e crua.

Estas diarréias são geralmente de curta duração, sem gravidade e autolimitadas. No entanto, alguns animais ainda podem apresentar sinais clínicos relacionados à desidratação. Geralmente, é devido a uma transição alimentar mal realizada, feita rapidamente demais, ou ainda a ingestão de vegetais, metais pesados ou outros.

Em caso de ingestão de tóxicos, recomendamos contatar o centro de informação antivenenos de Lyon, que indicará as medidas a seguir. É importante notar que alguns medicamentos podem causar diarréia, como anti-inflamatórios ou antibióticos. Nesse caso, será necessário consultar o veterinário, que adaptará o tratamento.

Em caso de obstrução por corpo estranho ou oclusão intestinal, a estagnação de germes pode levar a uma diarréia paradoxal. Também será percebida uma deterioração do estado geral nesse caso.

A causa é, nesse caso, não elucidada.

Nesta categoria, encontramos a insuficiência renal aguda (principalmente em gatos idosos), insuficiência hepática aguda, hepatite, doença de Addison, diabetes cetoacidótico e finalmente pancreatite.

A diarréia é caracterizada por um aumento da frequência, volume e/ou da liquidez das fezes. Ela pode estar ou não associada a outros sintomas. Conforme você entendeu, devido às diferentes causas possíveis, os sintomas podem tomar várias formas.

Zoomalia oferece as chaves para priorizar os sinais clínicos que implicam uma forma grave e que necessitam de atendimento emergencial, talvez até uma hospitalização.

Em caso de diarréia aguda, os sinais que devem ser alertados são: uma diarréia profusa mais ou menos hemorrágica associada a um dos sintomas seguintes: alteração do estado geral, desidratação (você pode avaliar tocando nas mucosas do seu gato que devem estar úmidas, se não estiverem, seu animal sofre de desidratação mais ou menos severa), hipertermia ou hipotermia (norma do gato entre 38 e 39,2°C), dor abdominal ou presença de uma massa abdominal.

Quando o apetite se mantém e o estado geral do animal parece estar normal (ausência de febre e de abatimento), preste atenção no consumo de água pelo seu gato. Ele deve permitir compensar a água perdida nas fezes. Uma consulta com o veterinário será interessante em casos onde os sintomas persistem ou quando o estado clínico do animal piora. Os sinais de desidratação no gato não devem ser ignorados e podem justificar um agendamento urgente com seu veterinário.

Pode ser interessante coletar uma amostra da diarréia do seu gato e conservá-la em um pote hermético para a consulta com o veterinário (amostra a ser coletada no dia da consulta).

A consulta deve permitir coletar o histórico do animal, caracterizar as fezes e identificar sinais clínicos eventuais associados. Trata-se principalmente de distinguir as origens digestivas de extra-digestivas, e localizar a origem da diarréia.

Uma consulta veterinária começa então com várias perguntas que permitem traçar o histórico do seu companheiro e são sobre: a duração dos sinais clínicos, a idade do seu gato, seu ambiente, seu status vacinal e de vermifugação, sua alimentação para gato, a presença ou não de outros sinais clínicos (emagrecimento, vômito, perda de apetite), o acesso a tóxicos, lixeiras ou corpos estranhos, seu comportamento e, finalmente, se houve uma ingestão medicamentosa recente.

Por fim, a consulta segue com exames complementares variáveis dependendo das hipóteses diagnósticas. Aqui estão alguns exames complementares que podem ser propostos para chegar a um diagnóstico e para dar, como referência, um valor prognóstico da patologia que seu gato possa ter: radiografia, ultrassonografia, teste rápido para Parvovírus, coleta de sangue para bioquímica, exames de fezes (PCR, Snap Test, Colonoscopia, coprocultura) e hemograma.

Antes de qualquer tratamento terapêutico, é importante que um tratamento sintomático seja iniciado para corrigir a desidratação do animal. Isso envolve principalmente uma terapia de fluidos para os casos graves, ou seja, colocar o animal em soro.

Se o seu gato continuar bebendo, é necessário estimular a ingestão de líquidos para limitar o aparecimento dessa desidratação que pode ser fatal. Posteriormente, a partir dos exames complementares, será possível escolher um tratamento etiológico adequado e eficaz.

Em caso de uma causa parasitária, um antiparasitário adequado ao tipo de verme encontrado será administrado.

Em caso de uma causa bacteriana, uma terapia antibiótica será prescrita.

Se a diarréia for uma forma leve, então será necessário realizar um jejum de 24h/48h (principalmente se o animal estiver vomitando), seguido de uma realimentação progressiva com um alimento de alta digestibilidade. Para favorecer uma recuperação melhor, seu veterinário pode lhe aconselhar mudar as rações do seu felino por uma ração gastro-intestinal ou outra gama de ração de gato veterinária.

Medicamentos que revestem o intestino, cuja eficácia é discutível, podem ser propostos como o Smecta. A dose diária é de um sachê de Smecta para cada 10 kg.

Um gato de 5 kg deverá, por exemplo, receber meio sachê de Smecta por dia. Uma reidratação oral com a ajuda de uma seringa deve ser feita se a desidratação for leve e se o estado geral do seu gato estiver mantido.

Se não for observada melhoria após isso, seu veterinário poderá prescrever medicamentos antissecretórios e antiespasmódicos, principalmente se dores abdominais estiverem presentes e forem pronunciadas.

Finalmente, medicamentos anti-diarréicos podem ser prescritos, desde que a diarréia seja severa e incômoda para os donos e não seja de origem infecciosa.

Em todos os casos, será necessário consultar o veterinário tratante. A continuidade dos cuidados é obrigatória, você pode discar o número dele mesmo que seja uma emergência. Se o seu veterinário não estiver de plantão, você será redirecionado para uma clínica cujo número será fornecido pela secretária eletrônica.

Por fim, a prevenção passa principalmente por transições alimentares progressivas ao longo de 4 dias, uma vacinação rigorosa e um tratamento (anti-parasitário interno) estrito.

Os antiparasitários devem ser administrados todo mês até os 6 meses do seu gato e depois a cada 3 meses. Se o seu gato não for para o exterior, depois dos 6 meses, é possível espaçar as doses para 2 vezes ao ano.

O anti-parasitário deve ser dado durante a refeição e deve ser espaçado em 48 horas do anti-parasitário externo (pulgas, carrapatos...) e da vacinação.

Atenção, os anti-parasitários para cães são, para alguns, tóxicos para os gatos! Dê exclusivamente aqueles destinados a gatos respeitando a bula ou as indicações do seu veterinário.

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Conselhos a levar em consideração! A diarréia do gato e principalmente a do gatinho não devem ser considerados aligeiradamente e devem ser submetidos a uma consulta veterinária se for observada uma alteração do estado geral. As etiologias sendo diversas e variadas, a automedicação é desaconselhada nos casos graves. Se a diarréia for leve e sem alteração do estado geral, você pode seguir as recomendações dadas para as diarréias de forma leve. Se você observar uma deterioração do estado geral ou se os sintomas persistirem por mais de 3 dias, é importante consultar o seu veterinário que realizará exames complementares e ajustará o tratamento. Em caso de dúvida, é possível ligar para o seu veterinário que lhe dará conselhos sobre o atendimento necessário e a necessidade ou não de uma consulta.