15.000€ de multa requeridos contra 2 militantes da associação L214
A associação de defesa dos direitos dos animais L214, que denunciou vários casos de maus-tratos e conseguiu a condenação de um matadouro no Gard, encontra-se hoje no banco dos réus do tribunal correccional de Versailles por "violação de domicílio" e "tentativa de ataque à intimidade". Este é o seu primeiro julgamento.
Sébastien Arsac, cofundador da L214 / Foto: Jeff Pachoud/AFP
No final do ano de 2016, dois militantes, Sébastien Arsac, cofundador da associação, e Tony Duhamel, introduziram-se durante a noite no matadouro de Houdan, situado no departamento de Yvelines. Lá, esconderam 4 câmeras GoPro para filmar e depois revelar ao grande público com essas provas em vídeo as condições de abate de porcos.
A queda de uma das suas câmeras traiu suas intenções. Alertada pela gendarmaria, esta esperou uma nova visita dos militantes às instalações, que vieram recuperar sua câmera e as provas filmadas, para detê-los.
O diretor do matadouro apresentou queixa contra a associação por "violação de domicílio" e "tentativa de ataque à intimidade por fixação, gravação ou transmissão da imagem".
Embora apreendida pela gendarmaria, a associação conseguiu recuperar alguns vídeos que foram posteriormente publicados online no mês de junho. Eles denunciam, em particular, o sofrimento dos porcos gasificados com CO2, um método "cruel e ineficaz", segundo L214.
Neste processo, não se trata dos atos de maus-tratos animais de que é acusado o matadouro, mas da introdução ilegal dos militantes no recinto do estabelecimento, assim como a "violação da intimidade" realizada pela instalação de câmeras.
Os militantes defendem-se alegando o "direito à informação", sendo este tipo de métodos o único meio de saber o que realmente acontece nos matadouros. Tony Duhamel fala de seu ato como "algo que me parece justo, legítimo, moral. Que me é muito caro".
15.000€ de multa, dos quais 10.000€ com suspensão, foram solicitados contra os dois militantes. O seguimento ocorrerá no dia 09 de outubro de 2017, data em que o tribunal de Versailles adiou o julgamento.
Marine D.