Parvovirose em cães: causas, sintomas e tratamento
A parvovirose é uma doença que afeta principalmente filhotes de menos de seis meses. No entanto, cães adultos imunodeprimidos e não vacinados também podem ser vítimas. O agente patogênico é o parvovírus. Virulento e extremamente contagioso, provoca especialmente diarreia, inapetência e sangramentos intestinais. O acompanhamento veterinário deve começar assim que o diagnóstico é feito, pois é uma emergência vital. A morte de seu cão pode acontecer em 48 a 72 horas. Hospitalização e vigilância intensiva são indispensáveis.
As causas da parvovirose
A parvovirose pode afetar todas as raças de cães sem distinção. Existem quatro cepas: CPV-2a, CPV-2b, CPV-2c e CPV-2d. A última é a mais virulenta, mas raramente encontrada em nossos territórios. O período de incubação geralmente é de cinco a sete dias. O vírus pode sobreviver até um ano no ambiente e resiste a muitos desinfetantes. Apenas o cloro consegue eliminá-lo.
A transmissão ocorre por contato direto com as fezes, a urina, o vômito e a saliva de outros animais. Um contato indireto com objetos contaminados também contribui para a transmissão. Dentro do organismo, o agente infeccioso se replica no orofaringe e se espalha pela corrente sanguínea. Os linfonodos e a medula óssea são afetados, provocando leucopenia (diminuição do número de glóbulos brancos). Nessa fase, o animal torna-se presa de bactérias oportunistas. O parvovírus canino também pode afetar o miocárdio. O risco de infarto e edema pulmonar é aumentado.
Sintomas e diagnóstico
Os sintomas aparecem em duas fases. Primeiro, o cão fica letárgico, sem apetite e febril. Em seguida, ocorrem diarreias abundantes, às vezes com sangue, além de vômitos. A diarreia hemorrágica surge devido à inflamação intestinal. O animal perde peso e desidrata rapidamente.
Um exame de sangue ou uma amostra de fezes pode diagnosticar a doença. A análise sanguínea detectará leucopenia, hipoalbuminemia e hipoglicemia (sinais de desnutrição). Devido ao enfraquecimento das defesas imunológicas, o seu cão tem um maior risco de infecção bacteriana.
Tratamento contra a parvovirose
Atenção médica
Como mencionado anteriormente, o atendimento deve ser imediato. Não há tempo a perder. Para ganhar horas preciosas, traga, se possível, uma amostra de fezes para o veterinário durante a primeira consulta. A amostra será encaminhada para laboratório de análises e o resultado será conhecido o mais rápido possível. Não há medicamento antiviral contra o parvovírus. Portanto, o atendimento consiste em vários dias de vigilância intensiva. O foco é combater a desidratação com a ajuda de soro intravenoso.
O tratamento médico inclui antieméticos para prevenir o vômito. As infusões também visam restaurar o equilíbrio hidroeletrolítico (kaliemia, glicemia, proteinemia ou mesmo calcemia). Nos casos mais graves, o veterinário pode recorrer a uma transfusão plasmática para restaurar a pressão oncótica e os fatores de coagulação. Para prevenir qualquer infecção bacteriana, inicia-se uma antibioterapia.
Gestos preventivos
Trata-se de uma doença grave. Sua taxa de mortalidade é muito alta. A hospitalização, mesmo que comece imediatamente, nem sempre é suficiente para salvar o animal doente. Sendo assim, a prevenção e a vacinação são os melhores meios de proteger o seu animal. Durante as primeiras seis semanas de vida, o seu filhote beneficia da imunidade transmitida pela mãe. Com o tempo, ele desenvolve sua própria imunidade. A maturidade do sistema imunológico varia de um cão para outro.
A vacinação completa é feita em três doses: às 6, 9 e 12 semanas. Uma dose adicional é administrada ao 12º mês. Depois, um reforço é feito a cada dois anos. É importante notar que a vacina é plenamente eficaz duas semanas após a aplicação. A vacina custa entre 30 e 60 euros. Alguns são combinados com vacinas para a doença de Carré e a hepatite de Rubarth.
Após um episódio de parvovirose, a contagiosidade do cão é ativa por aproximadamente seis semanas. Se você possui vários cães, é fortemente recomendado vaciná-los e mantê-los afastados do cão recuperado. Este último deve ser colocado em quarentena até que seus outros companheiros estejam totalmente protegidos. Mantenha seu filhote longe de cães doentes e de outros animais. Estes últimos podem ser portadores saudáveis assintomáticos. A higiene do ambiente de vida do seu cão também é importante. Desinfete regularmente seu local de vida com água sanitária.
A saber!
Para o bem do seu cãozinho, vacine-o, especialmente se ele vier de um abrigo ou criadouro. Se seu cão adulto não está protegido contra este vírus, esteja atento a qualquer sintoma mencionado anteriormente. Após a adoção, faça uma visita de saúde a um veterinário para verificar seu estado geral e detectar possíveis patologias não divulgadas pelo vendedor. Nesse caso, você poderá eventualmente invocar a presença de vícios redibitórios. Se você observar uma degradação do estado de saúde do seu filhote logo após a adoção, contate o criador para encontrar um acordo. Se ele se recusar a assumir suas responsabilidades, você pode recorrer à justiça sob certas condições.
A legislação francesa enumera seis doenças que podem ser consideradas como vícios redibitórios em cães. A parvovirose é uma delas. Com o certificado de suspeita do veterinário, você poderá invocar um vício oculto ou redibitório para obter reparação ou cancelar a venda. O prazo para ação de redibição é de 30 dias. Se o cão morreu, o prazo é de 15 dias. O certificado de suspeita do veterinário deve ser redigido nos cinco dias seguintes à aquisição do cão.
A parvovirose é uma doença para ser levada a sério. Assim que você notar uma alteração no estado geral do seu filhote, consulte um veterinário sem demora. Quanto mais rápida for a intervenção, maiores são as chances de sobrevivência do seu animal. Você evitará, esperamos, uma estadia penosa na UTI e um longo período de recuperação.