Por que meu gato está se comportando de maneira estranha?
- Distúrbios de desenvolvimento no gato
- A hipersensibilidade/hiperatividade (HSHA)
- A Síndrome de privação
- Distúrbios comportamentais no gato idoso
- Os distúrbios comportamentais mais frequentes
Todas essas diferenças são normais. No entanto, em alguns casos, distúrbios comportamentais relacionados à alta ansiedade ou agressividade estão presentes e podem ter consequências graves para as pessoas que vivem com esses gatos.
Distúrbios de desenvolvimento no gato
Os distúrbios comportamentais no gato são diferentes dos do cão. Isso se deve principalmente ao período de desenvolvimento. O cão termina seu desenvolvimento em 8 a 12 semanas no mínimo.
No gato, o período é muito mais breve e está em cerca de 6 semanas. Isso se explica pela necessidade de uma autonomia completa mais precoce, já que o gato tem um modo de vida mais solitário.
Para o gato, existe uma necessidade de auto-apaziguamento que é majoritariamente através de comportamentos territoriais: cada parte do território do gato tem um papel bem definido (local de descanso, lugar para se alimentar, lugar para as necessidades...). Diferente do cão, o apaziguamento não é feito pela hierarquia. Além disso, a autonomia é adquirida antes da idade adulta, por volta das 6 semanas.
Distúrbios de desenvolvimento são frequentemente encontrados em gatos criados com mamadeira. Embora adotar esse tipo de gato possa ser tentador, é melhor evitar.
A hipersensibilidade/hiperatividade (HSHA)
É um distúrbio que também existe em cães. Este distúrbio se caracteriza por vários sintomas:
- Ausência de controle no jogo: os jogos são muito violentos e existe um defeito no controle da mordida e dos arranhões. O comportamento é tão agressivo que provoca a fuga de outros gatinhos da mesma idade, ou até de adultos se for um gato que vive em comunidade.
- Incapacidade de ficar sozinho: é um sintoma bastante discreto onde o gato segue seu dono (normalmente uma única pessoa). Por fim, pode-se observar uma necessidade de sucção (lembrando a amamentação) frequente.
- Distúrbios de saciedade: é frequentemente o sintoma mais espetacular pois o gato parece incapaz de se satisfazer. Pode haver comportamentos obsessivos durante os quais os donos são incomodados enquanto comem, o gato ataca as portas dos armários, da geladeira... Este excesso alimentar causa má digestão que pode ser ela mesma a causa de diarreia.
- Distúrbios do sono: existe um déficit global do sono, muitas vezes muito importante. Em geral, os gatos HSHA dormem menos de 12h por dia enquanto um gato normal dorme no mínimo 18h por dia. Isso é visível pois quando estão sozinhos, esses gatos não dormem e muitas travessuras são feitas na ausência dos proprietários. Frequentemente, os gatos HSHA até acordam o dono à noite, o que não é normal (o gato também deve dormir à noite).
- Possíveis presenças de fobias múltiplas. Isso é difícil de interpretar de acordo com o caráter do gato. Quando um gato se vai porque pessoas estão chegando em casa, isso pode ser um comportamento normal dependendo do temperamento do gato (gato mais ou menos sociável).
Tratamento: É possível curar esses distúrbios comportamentais, especialmente se forem considerados de forma precoce. Muitas vezes é necessário dar medicamentos veterinários (tipo antidepressivos) para ajudar o gato a retomar comportamentos normais, mas isso pode ser muito longo.
Para complementar a terapia medicamentosa, também pode-se colocar o gato HSHA com um gato adulto, se o gato adulto tiver caráter suficiente para corrigir o comportamento do gatinho. Também se pode reproduzir o desmame e suas agressões: muito severo, agarrar o animal pela pele do pescoço ou tapas como a mãe faria: "terapia do tapa"! No entanto, isso não é fácil de aconselhar aos donos que têm dificuldade em implementar esse tipo de terapia.
A Síndrome de privação
Isso depende do ambiente de vida: um ambiente de desenvolvimento pobre estará em desacordo com o ambiente de desenvolvimento do animal e pode, portanto, provocar esse tipo de síndrome.
Por exemplo, isso pode ser o caso de um gato criado em apartamento com poucos estímulos do mundo externo e que passará a viver mais tarde numa grande casa com acesso ao exterior. Isso pode induzir fobias, ansiedade e depressão.
As fobias se manifestam por reações emocionais (fuga, evitação, até agressões). Intolerâncias ao contato também são frequentes. Fala-se de "Gato que morde quando acariciado": acaricia-se o gato até o momento em que se atinge seu limiar de tolerância e ele morde sem realmente avisar.
A ansiedade pode se manifestar com diarreia ou falta de higiene crônica. Pode-se ter também um gato bulímico, um gato que se lambe de forma excessiva e apresenta depilações e problemas de pele.
Tratamento: Aqui também é difícil e existe a necessidade de o gato ser atendido precocemente. Medicamentos do tipo antidepressivo também são recomendados. Tratamentos complementares à base de feromônios permitem acalmar o gato e tranquilizá-lo, assim reduzindo seu limiar de ansiedade.
Deve-se, portanto, escolher um gatinho adequado para as futuras condições de vida. É preciso prestar atenção no confinamento.
É bom saber que a síndrome de privação ocorre sempre quando o gato é criado num ambiente pobre e que viverá num ambiente "rico". O contrário normalmente não causa distúrbio.
Distúrbios comportamentais do gato idoso
Em gatos idosos, quando há mudança de comportamento, deve-se primeiro pensar em distúrbios fisiológicos: o problema de comportamento é frequentemente um sinal precoce de doenças crônicas (insuficiência renal, doença cardíaca...). Esses distúrbios podem ser muito incapacitantes para a relação gato/dono. Por exemplo, isso pode se manifestar por uma bulimia súbita ou uma mudança comportamental.
Não se deve, ao contrário, confundir mudanças de comportamento com sinais de envelhecimento. O envelhecimento normal do gato se traduz por um desaceleramento psicomotor (aumento da fase de sono, diminuição da atividade, menos precisão nos movimentos...).
Entre os sinais de distúrbios comportamentais, encontramos o aumento da vocalização, falta de higiene, bulimia, distúrbios do sono e comportamentos agressivos.
Os distúrbios comportamentais mais frequentes são:
- A depressão caracterizada por insônia, miados persistentes, busca constante de contato, falta de higiene, bulimia
- A distimia ou distúrbio crônico do humor: trata-se de uma alternância entre um gato normal e um gato que parece louco com mudança de comportamento repentina, agressões, bulimia...
- A Síndrome confusional (equivalente à doença de Alzheimer): estamos diante de uma desorganização espacial e temporal do gato (por exemplo, o gato não consegue mais encontrar sua casa). A falta de higiene, a perda de aprendizagem também são sintomas possíveis.
Tratamento: é muito difícil em gatos idosos. As moléculas antidepressivas são menos eficazes.
Deve-se ter em mente que, quando há mudança de comportamento em gatos idosos, as primeiras causas são doenças orgânicas e é preferível consultar um veterinário antes de pensar que são gatos com reais distúrbios comportamentais.
Em todos os casos, seja um gato em desenvolvimento ou um gato idoso, não hesite em consultar um veterinário especializado em comportamento a fim de estabelecer, se necessário, um tratamento eficaz.
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