Ter uma salamandra
Generalidades sobre a salamandra
A palavra « salamandra » refere-se a diversas espécies de anfíbios «urodelos» (palavra que significa que nesses animais a cauda persiste após a metamorfose para a idade adulta). A mais conhecida é a salamandra comum, ou Salamandra salamandra, também chamada salamandra pintada, salamandra terrestre, salamandra comum ou salamandra de fogo. Está muito difundida na Europa. O seu corpo é preto e comprido (cerca de vinte centímetros), salpicado de amarelo. A pele tem um aspeto oleoso, brilhante.
É um animal que se move lentamente, com uma caminhada bastante desajeitada. É capaz de regenerar rapidamente partes do seu corpo lesionado. Na natureza, a salamandra pode viver cerca de vinte anos. Em cativeiro, pode viver até 50 anos!
A salamandra é um animal noturno ou crepuscular, que vive próximo de fontes, rios, lagos, etc. Também é importante saber que a salamandra hiberna, entre outubro e fevereiro aproximadamente. A hibernação acontece principalmente sob a terra, em poços, galerias subterrâneas de mamíferos, antigos túneis de minas; até é possível encontrar uma salamandra na sua cave. A salamandra não sabe nadar, deve adaptar-se aos níveis de água em mudança para evitar afogar-se. As salamandras adultas alimentam-se essencialmente de pequenos invertebrados, como os bichos-de-conta, coleópteros, ou algumas espécies de lesmas.
A reprodução da salamandra
A salamandra é um animal ovovivíparo, o que significa que a incubação dos ovos ocorre nas vias genitais femininas. No final da primavera ou início do verão, o macho encontra-se com a fêmea e coloca-se debaixo dela (ela fica em cima dele); não há penetração, apenas um atrito. O macho emite espermatozoides agrupados num espermatóforo que a fêmea absorve com o seu cloaca. O acasalamento dura entre 15 e 30 minutos e a fecundação é interna. A duração da gestação não é perfeitamente conhecida, mas é de vários meses. O nascimento ocorre geralmente após a hibernação, em março. A fêmea liberta na água, pelo cloaca, larvas bem desenvolvidas (entre 10 e 35, às vezes muito mais) de 3 centímetros de comprimento. As larvas nascem num meio aquático onde a água é pouco profunda. Parecem-se com pequenos tritões com 4 membros, e têm no início da sua vida uma respiração branquial, bem como uma nadadeira caudal. São facilmente reconhecíveis pela sua cor amarela na zona das patas. Pouco a pouco a metamorfose vai ocorrer, as patas e os pulmões vão desenvolver-se, e as larvas vão preparar-se para sair da água e ter uma vida terrestre. A metamorfose dura de 2 a 6 meses, conforme as regiões e por vezes mais na montanha. Uma vez fora da água, a salamandra só volta para dar à luz aos seus filhotes.
A salamandra em cativeiro
A manutenção de uma salamandra nativa em cativeiro é proibida na França e na Europa! Europa: Anexo da Diretiva Europeia Habitats (CEE 92/43)
França: Lei de 1976 Espécie protegida pela lei francesa de 1976 (Lista Vermelha Francesa Mamíferos Répteis Anfíbios A Monitorar)
A criação de certas espécies de salamandra é possível se o proprietário possuir um certificado de capacidade de detenção. Sem certificado de capacidade, é possível criar legalmente outras espécies de tritões, como Cynops orientalis, Cynops pyrrhogaster, Neurergus kaiseri, Notophthalmus viridescens, Pachytriton sp., Paramesotriton sp., Pleurodeles waltl., Tylototriton shanjing, Tylototriton verrucosus.
Se, apesar de tudo tiver de manter uma salamandra em cativeiro, aqui estão alguns conselhos. Deve colocar a salamandra num terrário; é recomendado utilizar um terrário de dimensões 60x40 centímetros para 2 salamandras. O solo deve ser composto por turfa (terra de urze, por exemplo, que, ácida, impede a proliferação de fungos) e musgo em camada espessa, na qual é recomendado criar esconderijos. Podem ser colocadas plantas no terrário.
O ambiente deve ser mantido húmido e fresco (por pulverização de água, por exemplo, sem encharcar o substrato). Pode adicionar folhas mortas e cascas.
As salamandras devem ser mantidas protegidas do sol e do calor, pois são muito sensíveis ao calor seco. O terrário deve estar sempre muito limpo. Assim, a musgo deve ser renovada frequentemente, e as fezes e restos de comida removidos. A iluminação não é necessária, no entanto, se desejar utilizar uma fonte de iluminação, use uma que emita o mínimo de calor possível, como os tubos fluorescentes. A temperatura deve ser mantida entre 15 e 20°C. Não é necessário um ponto de água no terrário se não desejar acasalar a sua salamandra. Para a reprodução, um plano de água de grande tamanho deve ser instalado. Não deve ser muito profundo, mas deve ter ramos e folhas que servirão de ponto de ancoragem para os ovos. Deve-se saber que a reprodução em cativeiro é uma experiência difícil de realizar.
As larvas, por sua vez, devem ser criadas em um aquário ou recipiente de vidro a uma temperatura fresca. O fundo do recipiente pode permanecer nu; em todos os casos deve-se evitar um solo de areia, que pode ferir as larvas.
A salamandra é um animal carnívoro e caçador. A comida viva oferecida deve ser adaptada ao tamanho do animal e não deve ter uma carapaça muito espessa (Portanto, deve-se evitar minhocas de farinha pouco nutritivas e alguns coleópteros). Também é preciso ter cuidado com certas aranhas muito venenosas e outros miriápodes que podem ser perigosos. Esta salamandra é capaz de jejuar várias semanas em períodos muito frios.
Para a entrada em hibernação, a salamandra deve ser colocada numa caixa ou contentor com bastante musgo húmido e folhas. Deve parar de alimentar os animais cerca de uma semana antes da hibernação. A hibernação começa após um "banho" da salamandra. O contentor deve ser colocado num local com cerca de 5°C. Não deve congelar!
Atenção! Para se proteger dos predadores, a salamandra secreta uma toxina, por isso deve-se lavar as mãos após cada manipulação. De forma geral, as salamandras são animais que não devem ser manuseados, mas apenas observados.
Aqui estão, portanto, algumas informações sobre as condições de vida da salamandra, cuja detenção em cativeiro é proibida (sem autorização especial)!
